A verdade, é que existe certa desconfiança, quando alguém pede algo emprestado.
Empresto ou não?
A dúvida é cruel.
E sempre alguém vai dizer:
Não empresta.
Como garantia, vem a frase:
Eu já te devolvo.
A frase é simples, mas nem sempre o já te devolvo, acontece. Complicações podem surgir ou a pessoa pode sofrer um lapso de memória — de propósito ou não — dessa forma, você é obrigado a cobrar. Mas, e a coragem para cobrar? Particularmente, não tenho coragem de cobrar ninguém. Posso estar morrendo de raiva, mas algo me bloqueia, então não consigo fazer a pessoa lembrar que está com algo meu. Isso não é legal, eu sei, a fraqueza faz as pessoas esquecidas, aproveitarem disso. E como tem pessoas esquecidas por aí!
Certa vez, cometi o erro de emprestar um livro para uma amiga. Fiquei mais de dois anos sem o livro! Sempre que encontrava com ela, fazia questão de inserir o assunto LIVROS, numa tentativa de fazê-la lembrar que o livro precisava ser devolvido. Mas nada! O livro continuou nas mãos dela... Quando finalmente devolveu, ainda teve a audácia de dizer:
— Esqueci completamente! Também muitas pessoas leram, nossa, muito bom!
Pelo que entendi, fizeram uma corrente de leitura com meu livro. Ler sempre é bom, mas não gostei muito de saber que o livro foi parar em muitas mãos por aí.
Bom, se emprestar livro já é ruim, imagina pedir o livro emprestado. O medo é enorme. A sensação é que você está com uma bomba nas mãos; a impressão é que a qualquer momento, você vai perder ou estragar, e terá que explicar para a pessoa que não foi culpa sua. O melhor mesmo, é nunca ter que emprestar ou pedir emprestado. Mas é difícil isso acontecer. O compartilhamento já tomou conta do nosso cotidiano; faz parte da nossa existência.
E você, já emprestou algum livro para alguém? Já pediu algum emprestado?
Gostaria de sugerir algum tema para as próximas crônicas?
Deixe sua sugestão nos comentários, será um prazer conversar com você!!
Até breve,